quinta-feira, 10 de julho de 2014

Segundo Ato


(Para ler ao som de Glory Box – Portishead.)

A chuva, lá fora, cada vez mais forte e as trovoadas já não são mais ruídos na sinfonia de nossos sussurros e gemidos. Chega de ensaiar maiores delícias. Estamos, agora, em pé; nossos corpos colados, nossos sexos se encostam com fervor. Próximo a cama que foi palco do primeiro ato, te seguro pela nuca e vou subindo até pegar teus cabelos, lentamente. Puxo-os e te viro de costas para mim. Minhas mãos seguem o passeio pelo teu corpo, ávidas, enquanto minha respiração está na tua nuca, e passo a beijá-la ali por trás, alternando com mordidas em tua orelha. Minha mão esquerda repousa em teu seio e minha mão direita permanece a viagem rumo ao teu sexo, onde ela rapidamente se encontra e então te toco sem demora com meus dedos nervosos em teus lábios molhados. Já estamos loucos de tesão! Meu membro segue encostado em teu sexo por trás, como quem já houvesse encontrado tua morada. Mas ainda está na porta, aguardando o momento de inaugurar este nosso segundo ato.

O momento chegou. Abruptamente, puxo teus cabelos e te encosto na parede do quarto, sem pestanejar. Você ensaia um movimento de fuga e te pressiono então com mais força contra a parede. Nossos músculos retesados, o grande músculo pronto para entrar na sua morada. Afasto tuas pernas e, nesse momento, você aproveita de meu descuido para tentar novo interdito. Sem sucesso! Consegue correr, mas a porta está trancada. Colo meu corpo novamente ao teu e prossigo. Você se vira de frente, unindo-se ainda mais, e me olha absorta, estremecida, assumindo teu desejo. Meu pênis duro, há muito avermelhado, sabe que é chegada a hora. Afasto com força tuas pernas e coloco-o para entrar em você, lentamente. E entro rasgando, colocando tudo e preenchendo tua profundeza, enquanto nossos gemidos se encontram e nossos músculos se retesam ainda mais. Já estamos levitando de tesão.

Você abocanha com teus lábios debaixo, cobrindo todo o comprimento de meu pulsante. Mantenho o ritmo moderado dos “vai-e-vens” até o ponto em que você tenta, mais uma vez, fugir de tua vontade. Te busco com mais força, beijo com desejo teus grossos lábios e te pressiono novamente contra a parede. Entro novamente em você e os sussurros de antes dão lugar aos nossos urros descomunais. A palpitação já segue um descompasso. Penetro triunfal em teu sexo e minha boca procura teus seios, perfeitamente redondos e fartos, e os chupo com desejo! O vai-e-vem febril lá de baixo segue o mesmo ritmo da minha língua, que agora está em teus mamilos entumecidos!



Meu corpo pulsa como nunca. Sem qualquer moderação, sigo dentro de você, onde escrevo minhas melhores palavras e minhas lentes procuram teus melhores ângulos. Depois de meter com força mais umas quatro ou cinco vezes, você resolve tomar partido e, então, segura o latejante membro como quem sabe o que faz e brinca de coloca-e-tira algumas vezes, ao passo que nos olhamos ardentes. Então, você o segura mais forte e me puxa por ele em direção a cama, palco daquele primeiro ato. Me corre sob a pele uma inquietante gana de te ter ali de novo sobre aquele lençol. E me joga sobre ele, fazendo-me pronto novamente para te receber inteira. 

E você vem, insinuante, dona da situação, ficar sobre mim. Antes, porém, brinca mais um pouco, me tocando, mantendo a tumescência intacta. Alguns segundos depois, de joelhos e pernas abertas, e desce para o encaixe perfeito. Minhas mãos quentes acariciam teus mamilos e em seguida descem pela tua cintura e agarro tua bunda com força para participar do comando. Já entro com toda facilidade em você, que a partir daquele momento rebola como ninguém ali em cima, onde o prazer reina. O ritmo aumenta e estamos mais ofegantes. Já não se ouve mais a chuva lá fora. Tudo está mais forte, subindo e descendo num acontecimento sublime. Você me sente dentro e grita que eu continue mais e mais e mais forte, até que o gozo venha! E ele vem, quente e inteiramente dentro de ti. Nossos corpos nus e entrelaçados assistem agora à passagem veloz das horas extasiados de prazer...

Um comentário:

Tunin disse...

Bela imagem. Excelente conto.
Abração, Mirian.