sexta-feira, 25 de maio de 2012

Das lágrimas que não caem mais

Hoje, vendo as sábias ondas quebrando na praia, enquanto a brisa me tocava a pele, chorei. Hoje eu chorei por tudo aquilo que fomos tantas vezes: amor estranho amor. Verdadeiramente, hoje eu chorei pelo que não fomos. Ou porque deixamos de ser a partir de determinado momento que não sei bem qual. Hoje eu chorei as últimas lágrimas para me aliviar de algum aperto, desses que me chegam do nada. Pelo lugar-comum que fomos e pelo lugar nenhum a que chegamos. 

Chorei por todas as vezes em que me tratou com grosserias sem razão. Por todas as vezes que desligou o telefone na minha cara, no exato momento em que as minhas palavras, embora estivessem sendo ditas ao calor de uma discussão, mereciam alguma atenção. Chorei por todas as ocasiões em que fui muito seu e você pouco minha. Por todas as vezes em que tirou a sua mão da minha para levar sorrisos a outrem, deixando-me na condição de segundo plano. Chorei por cada ausência tua quando eu mais precisei. 

Hoje eu chorei por todas as vezes em que não quis entrar em minha casa e conviver com os meus. Por todos os momentos em que esteve out, você que é tão dada à esquisitices. Hoje eu chorei por todos os seus “nãos” revestidos de “sim”. Chorei muito pelo sexo que não descobrimos. Pela viagem que não fizemos. Pelo filme que não fomos assistir. Pela rosa que dispensou. Pelos dias em que não quis me ver. Pelo texto que te escrevi e que você não guardou. 

Vendo aquelas ondas, eu chorei. Por todas as noites em que me senti sozinho ao seu lado. Pelos planos que não fizemos. E pelos planos que fez sem incluir-me. Pelo que eu não consegui ser, sendo. Pela sorte que não fui e pela sorte que não tive. Pela falta que não fiz. Pela entrega que não teve. Hoje, chorei vendo as ondas rolarem e, assim, deixei que minhas últimas lágrimas também rolassem, uma a uma, rumo à areia da praia que nunca fomos. Chorei, sim. Sobretudo porque, chorando, eu refaço as nascentes que você secou quando estive à mercê de teus maiores caprichos.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

A Bossa do Senhor de Histórias

Olá, amigo ou amiga que me acompanha no Beco! Escrevi um “relato-reportagem-perfil” de Carlos Alberto Afonso e sua Toca do Vinicius, que fica em Ipanema, na cidade do Rio de Janeiro. A Toca é o Centro de Referência da Bossa Nova. O texto é fruto de minhas visitas ao espaço durante os quinze dias em que estive na cidade maravilhosa, no último abril. A ideia inicial era escrever alguma coisa para este Beco das Palavras, mas como não tive quaisquer limites na produção, deixei que ela fluísse e o escrito acabou ficando mais longo que de costume. Para não picotá-lo e publicá-lo em várias partes, decidi fazer uma diagramação simples e colocar o texto na íntegra para ser visualizado no sistema do site Issuu. É só clicar aí embaixo, abrir e expandir a publicação e se deliciar com um pouco da história do Sr. Carlos Alberto, de sua Toca e da Bossa Nova.