sexta-feira, 22 de junho de 2012

Das lágrimas que ainda caem

Pelos olhos daquele rapaz é que se pode ver a sua dor. Uma dor forte que ele não sabe explicar. Não inventaram medidores para isso. Somente mesmo pelos seus olhos marejados é que se pode ver toda aquela angústia. Olhos cansados de quem lutou. Olhos cansados de olhar para o além. E uma dor que ele sabe de cor. Ele sabe... Aquelas pontadas no peito... Não é a primeira vez; tampouco será a última. É assim como se alguém enfiasse um punhal, rasgando o seu coração e ficasse num movimento incessante de vai-e-vem com aquele instrumento cortante, fazendo-o sangrar, sangrar muito. E jorra sangue que tinge os olhos. Olhar avermelhado de dor, avermelhado de choro. Latente e latejante, a dor não passa. Nem quando aquele rapaz fecha os olhos cansados para, com muito custo, dormir. Dor de um bom rapaz, sim. Dor de um rapaz que amou muito. Dor de substituição.

Um comentário:

Danyella Carvalho disse...

Reflita. Depois, substitua!